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Haight-Ashbury - Reduto da Contra-Cultura


Desde os anos 1960 e de anos anteriores, quando era ligado à cultura beat, Haight-Ashbury era procurado como moradia de pessoas que não tinham condições de morar em locais mais nobres do norte da cidade, e ali encontravam imóveis e aluguéis mais baratos numa área menos densamente povoada. Desde esta época, o lugar e a cidade de São Francisco tornaram-se a referência física do movimento hippie e da contracultura.

São Francisco e The Haight ganharam reputação como centro de uma cultura de drogas ilegais, notadamente maconha e LSD, além de outras drogas alucinógenas. Em 1967, a área ganhou fama internacional como o paraíso de drogados e habitat natural de diversos músicos e grupos de rock'n'roll psicodélico da época, como Janis Joplin, Jefferson Airplane e Grateful Dead, cujos integrantes viviam há pouca distância da famosa interseção e que eternizaram a cena local em diversas canções. Grupos performáticos de teatro de rua e todo tipo de cultura underground também faziam parte do clima efervescente e hippie da área.

  Haight-Ashbury sixties

Durante o 'Verão do Amor', em 1967, o psicodelismo e a música ligada a este conceito de vida e artístico, estava se tornando moda em todos o mundo, e dominava as paradas das estações de rádio dos Estados Unidos. Canções como "San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)" lideravam as paradas e tornavam-se um hit. Monterey Pop, o primeiro dos festivais de rock, realizado em junho daquele ano, cimentava o rock psicodélico como parte da cultura dominante e elevava bandas do Haight, como Big Brother and the Holding Company (que lançou Janis Joplin como vocalista) ao estrelato nacional.

  
Em 7 de julho de 1967, a reportagem de capa da revista TIME, "The Hippies: Philosophy of a Subculture," e uma matéria na rede de televisão CBS em agosto, "The Hippie Temptation", [4] além de outros focos da mídia na cultura hippie, expuseram o local a uma enorme atenção nacional, e popularizaram o movimento da contracultura no país e através do mundo. Milhares de jovens migraram de todas as partes dos Estados Unidos para Haight-Ashbury, mudando definitivamente a estrutura social das vizinhanças e a visão do mundo sobre São Francisco.

Em consequência desta nova população migratória e de uma crescente crise na saúde devido ao aumento de consumo de drogas e a falta de seguro saúde, fundou-se no Haight a primeira clínica médica grátis do país, cujo lema era 'Saúde é um direito, não um privilégio'. A clínica funcionou até 2007, quando foi transferida para outro local da cidade.


primeira clínica médica grátis do país



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Le fils de l'homme [1964]


60's Hotel: Este pequeno artigo vai contar um pouco sobre uma pintura que si tornou pop nos anos 90, graças ao filme - The Thomas Crown - Visivelmente estampada na casa do protagonista citada e utilizada da sua imagem pra um fantástico roubo a um museu super vigiado, enfim; o filme lançado em 1999, fica como dica. Daí pra frente você me pergunta o que um blog sobre os anos 60 tem haver com o filme...

O filme mais uma vez é o grande gancho pra conhecer mais histórias dentro do 60's Hotel; vamos aos dados e fatos:
Pintada em 1964 pelo artista surrealista Belga Renè Margritte, com as dimensões 16 centímetros x 89 centímetros (óleo s/ tela) sob o título de "O filho do Homem" (Le fils de l'homme).

Magritte pintou como um auto-retrato. A pintura é composta de um homem em um casaco e um chapéu-coco em pé na frente de uma mureta, além de que é o mar e um céu nublado. O rosto do homem é em grande parte obscurecidos por uma maçã verde pairando sobre ele. No entanto, os olhos do homem pode ser visto espiando por sobre a borda da maçã. Outra característica sutil é que o braço esquerdo do homem aparece se dobrando para trás na altura do cotovelo.

Sobre a pintura de Magritte disse:
_Pelo menos ele esconde o rosto parcialmente. Bem, então você tem o rosto visível, a maçã, escondendo o visível mas camuflada, a face da pessoa. É algo que acontece constantemente. Tudo o que vemos esconde outra coisa, nós sempre queremos ver o que está escondido pelo que vemos. Existe um grande interesse no que está oculto e que o visível não nos mostrar. Este interesse pode assumir a forma de uma intensa sensação de bem, uma espécie de conflito, pode-se dizer, entre o visível que está escondido e visível que está presente.

Como foi via filme que achei mais este fato do 60's Hotel, esta obra de arte tambem foi mencionada nos filmes Stranger Than Fiction de 2006, e no filme Indie de 2009 Days of Summer.

Está obra de Renè Margritte e de posse privada. E seu valor estimado não foi encontrado.


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Garage Rock Band's [1963 a 1967]

Garage Rock é o termo atribuido ao rock and roll que ficou famoso primeiramente nos Estados Unidos da América e Canadá entre 1963 e 1967. O rock de garagem não foi reconhecido como um gênero de música independente, durante os anos 1960, e nem foi dado nenhum nome específico, nestes anos, para seu estilo. No início dos anos de 1970, alguns críticos do rock retroativamente batizaram de punk rock. Contudo, o estilo musical foi mais tarde atribuído o termo, rock de garagem, ou punk dos anos 60, para evitar confusão com a música das bandas punk do fim da década de 1970, tais como Sex Pistols e The Clash – ambas inglesas.

Deve-se a origem do termo informal, rock de garagem, as bandas dos adolescentes que muito desejavam seguir seus ídolos de rock mas que não podiam pagar as horas caras de ensaios musicais em estúdios profissionais, com seu alto custo de aluguel e, como alternativa, ensaiavam nas suas garagens de casa. Outro termo similar usado, as vezes, é backyard band (bandas de fundo de quintal) - bandas que tocavam em festinhas caseiras.


Mais tarde algumas destas bandas eram chamadas para excursionar pelo país como bandas de aberturas para as bandas que vinham da Inglaterra para suas turnês.

O estilo foi caracterizado pelas gravações com baixo custo de produção, geralmente realizadas por adolescentes nas garagens de suas casas. A gravação de 1958 "Jenny Lee" de Jan and Arnie (que posteriormente tornou-se Jan and Dean), é considerada marco inicial do gênero.

O estilo evoluiu das cenas regionais dos Estados Unidos desde 1958 com artistas como The Wailers e Link Wray. No começo da década de 1960 o estilo passou a ganhar proporções nacionais daquele país, com bandas como The Kingsmen, Paul Revere and the Raiders, The Trashmen, The Rivieras e The Sonics e outras. A Invasão Britânica dessa época também influenciou na modelagem do som do rock de garagem, além de incentivar a formação de novas bandas de rock. Os artistas britânicos mais referenciados eram aqueles com grandes bases no blues como The Kinks, The Animals, The Yardbirds, The Pretty Things e The Rolling Stones. Os Beatles eram considerados influência por todas as categorias de bandas da época, ainda que os puristas do Garage Rock os rebaixavam devido à grande diversidade do som da banda.



Garage Rock Band - The Sonics

O estilo de garagem, que teve seu auge comercial em 1966, acabou decaindo em popularidade até sua extinção em 1970. Na década de 1970 o estilo foi revigorado sobre nova roupagem, o punk rock. Inclusive o termo era utilizado originalmente para identificar exclusivamente o rock de garagem, que ganhou esse novo termo para que as bandas da década de 1960 não fossem confundidas ou misturadas com a nova geração de bandas tais como Sex Pistols.

Na minha opinião, o apogel dos dois eventos culturais que foram o British Invasion (britanico) e Garage Rock (americano) foi devido ao movimento da Psicodelia pois ela foi abrangente nos dois países, gerando concertos ao ar livre e festivais pela paz e etc e tal. O que trocaria o foco, e modificaria toda produção musical tambem...
Aqui estão eles, com um ícone do Garage Rock a "Louie Louie" - The Kingsmen:


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MINISSAIA "Swinging LOndon" 1960


DEFINIÇÃO DE MINISSAIA: saia cuja bainha fica bem acima dos joelhos (geralmente 20 cm acima do joelho). O símbolo da moda "Swinging London" na década de 1960.

60’s Hotel: É amigos!!! Muitas coisas revolucionaram o mundo nos anos 60, e quem diria uma simples faixa de tecido no lugar certo e na hora certa tambem abalaram as opiniões e críticas do mundo... Lapsos da liberdade feminina, em que a independencia do ser humano começou a gritar com forças mais explicitas. A juventude com todas forças descolavam formas de se indispor contra o conservadorismo que o mundo mantinha.
Seja na música na moda ou quaisquer que fossem as atitudes dos joverns, era o contra ataque que ecoa no mundo até hoje... 60's Hotel por toda parte.

Voltando ao assunto:
Existem dados que a mais antiga cultura conhecida em que as mulheres usavam minissaias era a Duan Qun Miao, que literalmente significa "saia curta Miao" em chinês. Isso foi em referência às saias curtas "que mal cobrem as nádegas" usada por mulheres da tribo, e que eram "provavelmente chocantes" para os observadores do povo han durante a Idade Média e Idade Moderna.[1]

Depois de I Guerra Mundial, o comprimento das saias diminuiu rapidamente, no mundo ocidental. Até meados dos anos 1920, vestidos usados pelos jovens "flappers" eram muitas vezes acima do joelho, que só foi permitido pelo abandono dos espartilhos das eras vitoriana e eduardiana. O aspecto de saias, no Ocidente da década de 1960 foi geralmente creditados à estilista Mary Quant, que foi inspirado pelo Mini automóvel, embora o designer francês André Courrèges também é frequentemente citado como um pioneiro (os franceses referem-se à minissaia como la mini-jupe). Alguns também dão crédito a Helen Rose, que fez algumas saias para a atriz de Anne Francis em 1956, para o filme Forbidden Planet.

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COPA DO MUNDO 1962

COPA DO MUNDO 1962

A edição de 1962 da Copa do Mundo marcou a sétima participação da Seleção Brasileira de Futebol nessa competição. Era o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA - A velha estorinha que de 4 em 4 anos todos põe na mesa - fato que persiste até a última edição realizada da Copa. Tendo a molezinha de não disputar vaga na eliminatória por ter conquistado o último Mundial da Suécia, em 1958, o Brasil tinha vaga assegurada junto do anfitrião Chile.

Depois da campanha vitoriosa de 1958 o então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF), João Havelange decidiu repetir todos os passos do planejamento anterior para a conquista do bi-campeonato. A comissão técnica era quase a mesma de 58. Uma das poucas mudanças foi no cargo de técnico: saiu Vicente Feola, que sofria de nefrite aguda e problemas cardíacos, e entrava Aymoré Moreira.
O time também contava com muitos jogadores da campanha anterior, mesmo aqueles já na época com idade mais avança: Nilton Santos (37 anos), Didi (32), Djalma Santos (33), Zito (29), Zagallo (30), entre outros. De fato, a média da seleção era de mais de 27 anos, um número considerado alto.

Em uma primeira convocação foram chamados 41 jogadores (23 paulistas, 23 cariocas e 1 gaúcho). Com esse jogadores a seleção seguiu para Campos do Jordão para exames clínicos. Feitos os testes, a equipe seguiu para treinar em Nova Friburgo (RJ) e depois Serra Negra (SP). Nesse um mês de treinamento foi-se decidido os 22 jogadores. Como em 1958 só haviam jogadores de clubes paulistas ou cariocas (13 atuavam em São Paulo, 9 no Rio).

O time que iria buscar o Bi-campeonato seria então:
Goleiros: Gilmar (Santos) e Castilho (Fluminense).Laterais: Djalma Santos (Palmeiras), Nílton Santos (Botafogo), Jair Marinho (Fluminense) e Altair (Fluminense).
Zagueiros: Mauro (Santos), Bellini (São Paulo), Zózimo (Bangu) e Jurandir (São Paulo).
Meio-campistas: Zito (Santos), Didi (Botafogo), Zequinha (Palmeiras), Mengálvio (Santos).Atacantes: Garrincha (Botafogo), Zagallo (Botafogo), Vavá (Palmeiras), Pelé (Santos), Jair da Costa (Portuguesa de Desportos), Coutinho (Santos), Amarildo (Botafogo) e Pepe (Santos).No Chile a Seleção Brasileira ficou na região de Valparaíso, na Ciudad del Sol, nos chalés da pousada de férias El Retiro. E na manhã de 30 de Maio, houve a missa na concentração. Nela cada jogador recebeu uma medalha com uma mensagem do papa João XXIII: "Ficarei rezando para que o Brasil consiga repetir o feito de 1958" - Vamos acreditar de leve nessa, é o PAPA ok - As 15h daquele dia o Brasil estreava na Copa do Mundo.
Na primeira fase o Brasil passa pelo México 2x0, empata 0x0 com a Tchecoslováquia e assegura o primeiro lugar do grupo ganhando de 2x1 da Espanha. Nas quartas de final bate de frente com a Inglaterra e vence o jogo por 3x1, em seguida enfrenta a dona da casa, Chile nas Semi-final e atropela com um 4x2 e vai pra finalíssma enfrentar a Tchecoslováquia.
Aymoré Moreira colocando a seleção para jogar no esquema 4-2-4, com: Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Amarildo, Garrincha, Vavá e Zagallo. Conquista a copa invicto vencendo o jogo por 3x1 e trazendo o BI-campeonato.


É 60's Hotel Sports international association, chega chora....

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Silver Apples, Entrevista com Simeon Cox lll

Com vocês o simpático Simeon que começou a entrevista assim: "As luzes estão baixas, a música pulsando e um copo de vinho repousa em minha mão: estou pronto para a primeira questão".

Trabalho Sujo - Como você conheceu o Dan? Você já tinha o conceito do Silver Apples na sua mente antes mesmo de conhecer ele?

Simeon - Danny era o baterista em uma destas bandas de bar, eu era o cantor em outra. Quando minha banda acabou, nosso agente me colocou na banda do Danny, porque eles estavam precisando de um vocalista. Foi assim que nós nos conhecemos. Fazia um tempo que eu estava brincando com a idéia de usar osciladores como um instrumento de uma banda de rock, e quando eu mostrei a idéia para a banda do Danny, eles acharam legal eu tentar algo durante os longos improvisos deles, que rolavam no final dos shows. Todo mundo na banda odiou, menos o Danny. Todos caíram fora, deixando só eu e o Danny, dai nós decidimos mudar o nome da banda para Silver Apples após notarmos um poema do W. B. Yeats chamado The Song of the Wandering Angus, que estava pregado na minha parede, neste poema Yeats fala sobre às maçãs douradas do sol e as maçãs prateadas da lua. A música se desenvolveu organicamente, de maneira que minha voz e meus osciladores se integraram com a bateria de Danny. Nós não tínhamos idéias preconcebidas de como a música deveria ser.

Trabalho Sujo - Você estudou algo relacionado com eletrônica? Como você descobriu todo o lance do oscilador?

Simeon - Eu nunca estudei eletrônica. Eu tinha um amigo que era um compositor "sério" que possuía um oscilador em sua sala, ligado no seu aparelho de som. Toda noite ele tomava uma vodka e tentava tocar este oscilador junto com músicas do Beethoven e do Bartok. Eu pensei: por que não com NOSSO tipo de música? Então depois de assistir ele tocando, eu passei lá, tomei uma vodka junto com ele e coloquei um disco do Wilson Pickett para rolar. Quando o sol raiou, eu ainda estava lidando com aquilo. Eu não acreditava em como era divertido fazer aquilo... E mesmo quando eu tinha algum problema com a afinação, eu pensei que era como no violino: você tem que praticar. Então eu perguntei onde poderia comprar um oscilador, então ele virou e disse: "pode pegar este, já estou de saco cheio disso".

Trabalho Sujo - Vocês estavam em contato com a cena de vanguarda de NY daquela época?

Simeon - Nós éramos uma banda que tocava regularmente no Max’s Kansas City. Por um bom tempo, fomos a única banda que podia tocar no andar de cima do Max’s (depois que nós acabamos o Blondie e o Dylan com a The Band tocaram lá em cima, mas nós fomos os primeiros), e como você sabe, o Max's era o lugar onde todo este pessoal da vanguarda ficava. O Velvet e aquela turma do Warhol pintava por lá, assim como artistas como Chamberlain e Bob Rauschenberg... uma turma bem legal.

Trabalho Sujo - Como a Kapp Records entrou em contato com vocês para lançar o primeiro disco?

Simeon - Nosso agente estava tentando encontrar aqueles executivos de gravadoras em bares e convidando eles para assistirem nossos ensaios e escutar algo "realmente diferente". A maioria correu, tampando seus ouvidos, mas este cara da Kapp voltou. Finalmente ele nos ofereceu um contrato, e desde que era o único que nós tínhamos, nós acertamos com ele. Acho que nós éramos a única banda de "rock" do selo, o resto era basicamente piano de bar e gospel.

Trabalho Sujo - Foi difícil gravar o primeiro disco? Acho que poucas pessoas daquela época tinham conhecimento do tipo de música que vocês estavam tentando desenvolver.

Simeon - O maior problema foi gravar sem que "tonalidades extras" atrapalhassem o resultado. Sem falar em termos técnicos, quando você toca uma corda de guitarra ou de piano, você não somente consegue a nota que você queria, como outras notas que são criadas pelas vibrações da corda, todas estas "tonalidades extras". O engenheiro de som pode manipular estes tons para dar mais graves, mais riqueza, mais presença, maiores agudos, etc. Mas com um oscilador você só tem a nota pura. Quando você pode para ele colocar mais definição na faixa do baixo, ele diz: "mas aqui não tem nada!". Eu passei a maior parte do tempo, nestas primeiras gravações, tentando todos os tipos de filtros e efeitos para gerar "tonalidades extras" para que os engenheiros tivessem com o que trabalhar.

Trabalho Sujo - Ao mesmo tempo que os Silver Apples começavam toda esta experimentação envolvendo música eletrônica, a cena alemã, que todos nós conhecemos como Krautrock, também estava trabalhando com similares propostas. Você conhecia estas bandas, como Faust e Can? Quando eu escuto o NEU!, eu sempre penso que eles tiraram muito daquilo do background dos Silver Apples.

Simeon - Nós estávamos em outro vibe naquela época. Nós estávamos tentando fazer rock e não música experimental eletrônica, nossas maiores influências eram Fats Domino, Wilson Pickett, Sam and Dave e claro coisas tipo Beatles e Stones, porque eles estavam no rádio o tempo todo. Eu comecei a prestar atenção no som alemão alguns anos atrás... um dia o Holger Czukai (do Can) estava fazendo um show em NY e eu fui até o backstage para falar com ele, depois de me apresentar e falar o quanto eu apreciava a sua música, ele simplesmente saiu andando! Durante minha apresentação ele me disse que não conhecia o Silver Apples.... então após isso, eu simplesmente sai.

Trabalho Sujo - Quando o segundo disco Contact foi lançado, vocês começaram uma tour. Como as pessoas reagiam?

Simeon - Dependia de onde nós estávamos. Nos arredores de NY, nós tínhamos um grande público, assim como nas cidades do meio-oeste como Detroit, Chicago e Cincinatti. Mas na costa oeste, as pessoas estavam todas naquele vibe do psicodelismo e do hippie, de maneira que ninguém entendia nada. Nós fizemos um show no Fillmore em São Francisco e o público foi basicamente umas vinte pessoas chapadas de ácido com suas roupas floridas, rodopiando na pista. Nós ficamos um verão inteiro na costa oeste tocando nos mais variados lugares, basicamente onde deixavam nós tocarmos, o que aconteceu é que nós fomos expulsos de vários destes lugares. Nós gostávamos de tocar em NY, tocávamos melhor lá.

Trabalho Sujo - Então surge o album perdido, que a Kapp não lançou. Dai o hiato de 24 anos, que é quebrado pela gravadora alemã lança o CD duplo do Silver Apples. O que você ficou fazendo neste meio tempo? E como você reagiu quando as pessoas começaram a falar novamente sobre os Silver Apples?

Simeon - Depois que fomos expulsos da Kapp, Danny e eu escolhemos diferentes caminhos. Nenhum dos dois foi fazer música. Depois dos Silver Apples, eu não consegui fazer nada certo. Danny começou a mexer com vendas e produção de TV e eu voltei a ser um artista, o que eu era antes de fazer rock. Durante todo este tempo eu fiz exibições por todo o país e pensava ter uma carreira promissora, mas dai um amigo me contou sobre este CD alemão e sobre o tributo inglês ao Silver Apples... após isso resolvi voltar. Eu ainda pinto, tenho um atelié ao lado do estúdio de ensaios/gravações do Silver Apples no Alabama. Mas voltando à sua pergunta, eu não sei como reagir quando as pessoas falam sobre a minha música. Eu somente toco o que gostaria de ouvir, o que acontece, acontece.

Trabalho Sujo - Cair na estrada novamente é um processo natural? Lembro que quando o single "Fractal Flow" saiu, muitas pessoas escreveram que você estava melhor do que nunca.

Simeon - Yeah, eu acho que é um processo natural. Desde 96, eu fiz 3 tours americanas, uma européia e outra japonesa como trio. Depois eu reformei a banda como dupla, com Joe Propatier como baterista, e nós fizemos mais uma tour americana e outra inglesa. Cerca 150 shows. Então eu achei Danny depois e procurá-lo por muito tempo! Fizemos vários shows na área de NY e pelo fato de que ele tem seu trabalho e sua família, não poderemos fazer uma tour juntos. Eu fiz um show no meio deste ano em Londres, mas tocando sozinho, e provavelmente vou fazer mais um nesta linha. Se eu for fazer mais uma tour com um baterista, provavelmente será com o Joe.

Trabalho Sujo - Você bateu a van durante a tour, certo? Você já se recuperou?

Simeon - Foi após um show me NY com Danny. A van capotou umas cinco vezes. Danny saiu andando ileso. Eu quebrei meu pescoço e fiquei paralizado do pescoço para baixo. Não podia me mover ou sentir nada. Depois de um ano de terapia, agora eu posso andar e posso usar parcialmente minhas mãos e braços. Posso tocar meus osciladores, mas os teclados são um problema. Tenho praticado por horas todo dia.

Trabalho Sujo - Quais são os próximos passos?

Simeon - Fui convidado para um show em NY em janeiro. Estou ensaiando muito para ficar bom o suficiente para dar este show, dai vou ver o que rola. Eu tenho vários sons para gravar e estou me preparando para fazer isso.

Trabalho Sujo - Você imagina que tem alguns fãs no Brasil?

Simeon - Sei que vendemos alguns discos por ai. É estimulante saber que tem gente ai que gosta dos Silver Apples. Adoraria visitar o Brasil um dia.


Trabalho Sujo - O que você acha de todo este lance que está acontecendo com a música eletrônica?

Simeon - Eu escuto todos os tipos de música. Como todas as formas de expressão/performance criativa. Não importa o quão grande é a idéia, se ela não foi bem executada, não tem sentido. Eu tenho escutado algumas performances muito chatas e sem inspiração do Mozart, que não tem explicação. A mesma coisa com a música eletrônica. A grande maioria é semelhante, mas quando eu estava em Tóquio, fui até uma rave onde um DJ chamado Matsuri estava tocando e eu fiquei chapado. Quando é legal, pode ser muito excitante.

Trabalho Sujo - E para finalizar, conte sobre a sua parceria com o Sonic Boom (ex-Spacemen 3, atualmente no Spectrum).

Simeon - O Silver Apples fez alguns shows em 97 junto com o Spectrum. Depois do primeiro, que foi em Boston, Sonic foi falar comigo e me deu uma maçã prateada musica, que ele mandou fazer em minha homenagem, me contando que era fã desde que era pequeno. Eu fiquei muito alegre pois sempre gostei de Spacemen 3 e do seu trabalho com o Spectrum. Escutei sua versão de "A pox on you", e perguntei se poderia cantar esta música durante sua apresentação. Ele concordou, mas pediu para tocar theremim em "You and I", o que eu concordei sem a menor dúvida. A audiência pirou durante nossas apresentações, e nós fizemos isso nos próximos 3 shows, sendo que o último foi em NY, concordei que na próxima vez que estivesse na Inglaterra, sua gravadora poderia reservar um estúdio para nós gravarmos algo juntos. Nos meses posteriores, nós trocamos fitas com idéias, e então quando eu fui para a Inglaterra, nós gravamos juntos.

Todos os créditos da entrevista ao blog Trabalho Sujo, do Alexandre Matias, com muitos textos e resenhas de música (
www.trabalhosujo.blogspot.com/).



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British Invasion [1964 e 1967]

(British Invasion) foi o termo usado pela mídia para descrever o influxo de artistas de música pop, rock e beat de origem Inglesa que se tornaram populares nos Estados Unidos e Canadá.

A Invasão Britânica clássica ocorreu entre 1964 e 1967, mas o termo também se aplica a "wave" posteriores de artistas britânicos que alcançaram um impacto significante no mercado de entretenimento norte-americano.

Depois do sucesso de Elvis Presley, Buddy Holly e Bill Haley, Chuck Berry, little Richard e outros grupos de rock - é dificil citar ao certo todos grupos e nomes americanos que despontaram nesta época - no final dos anos 50, por toda a Inglaterra garotos corriam atrás daqueles acordes que despertavam tanta euforia, inspirados em seus ídolos americanos que eram a nova sensação na inglaterra.Clubes abertos por conta desta época se tornaram simbolos e marcos do rock, nomes como o Cavern e o Speakeasy Club e outros perdidos pela Inglaterra, alguns abertos até os dias de hoje.

Enquanto Cliff Richard e os The Shadows obtinham grande sucesso no Reino Unido, poucas bandas britânicas tinham a mesma chance de fazer o mesmo nos EUA, até que a Capitol Records lançou "I Want To Hold Your Hand" dos Beatles no final de 1963, depois de uma pesada campanha de marketing.

"I Want To Hold Your Hand" pulou para a primeira colocação das paradas de sucesso americana quando os Beatles viajaram à América pela primeira vez; a histórica aparição do grupo no The Ed Sullivan Show na noite de 9 de fevereiro de 1964, alcançando então a maior audiência televisiva da história, é vista por muitos como o marco zero da British Invasion.

Os Beatles logo dominariam todas as paradas de sucesso, e no dia 4 de abril de 64 eles ocuparam as cinco primeiras colocações na lista de "100 Melhores lançamentos" da revista Billboard, um feito sem precedentes até hoje. Isso abriu as comportas para outras bandas britânicas divulgarem suas músicas nos Estados Unidos, como os Rolling Stones, The Who, The Animals, The Kinks, The Dave Clark Five, Gerry & The Pacemakers e muitos outros.

Londres revelou grupos como The Rolling Stones, The Yardbirds, The Who, The Kinks, The Pretty Things, Dusty Springfield, The Dave Clark Five, Peter & Gordon, Chad and Jeremy, John Mayall and the Bluesbreakers, Small Faces, Donavan e Manfred Mann. Manchester tinha o The Hollies, Wayne Fontana and the Mindbenders, Freddie and the Dreamers, Davy Jones do The Monkees, e Herman's Hermits. Newcastle era a terra natal do The Animals. Birmingham do The Spencer Davis Group e Moody Blues. St Albans tinha o The Zombies e Belfast, o Them. Cambridge revelou o Pink Floyd, embora eles tenham se destacado mais na década de 70.

Fonte: (Wikipédia, Google)

- portanto este é o marco zero:(Ed Sullivan Show 9/2/1964_The Beatles)

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